Reabilitação cardíaca: qualidade de vida garantida por exercícios monitorados

Estresse, má alimentação, sedentarismo. As causas das doenças cardíacas são muitas. Mas se depois de sofrer um problema no coração, a vida te deu outra chance, não dá para insistir no erro, não é? Só que aí surgem medos, dúvidas e a questão: e se durante uma atividade física eu sentir alguma coisa? É justamente para controlar a dose do exercício que vai trazer resultados positivos em vez de danos que existem os centros de reabilitação cardíaca. Nesses locais, que são uma espécie de academia monitorada, os exercícios são utilizados como ferramenta terapêutica para auxiliar na recuperação e ajudar os pacientes a levarem uma vida ainda melhor do que tinham antes do evento cardíaco (assista ao vídeo abaixo).

Reabilitação cardíaca garante qualidade de vida através de exercícios monitorados

– É muito importante o paciente entender o processo que aconteceu com ele e que a partir dali ele pode ter uma vida normal e até melhor do que antes. Às vezes ele não fazia exercício, tinha uma alimentação ruim, e quando começa a gostar de fazer a atividade, passa até a se alimentar melhor. O grande objetivo é dar autonomia ao indivíduo, fazer ele entender que o fato de ele ter tido um infarto, por exemplo, não é o fim da linha. Temos histórias de pessoas que mudam de vida mesmo. Ela imaginava que não pudesse nem caminhar e de repente está correndo – afirmou o médico cardiologista pós-graduado em medicina do exercício e do esporte, Roger Pacheco.

Clínicas de reabilitação cardíaca são uma espécie de academia monitorada

Mas como os pacientes chegam à reabilitação cardíaca é a grande questão. Segundo o doutor Roger, muita gente, e muitos médicos também, não sabem que o procedimento está na lista da Agência Nacional de Saúde, ou seja, os planos de saúde mesmo não conveniados com o estabelecimento são obrigados a reembolsar integralmente até 36 sessões, o que daria entre três e quatro meses de tratamento.

– Há poucos centros que fazem esse serviço. Temos uma população elegível enorme e só 2% são atendidos. Ainda há médicos que recomendam o repouso, fazendo a pessoa entrar num ciclo de sedentarismo e com que a doença avance. Estudos mostram que quando o paciente sai do hospital para um centro de reabilitação, as chances de ele ter um novo evento cardíaco, uma nova internação hospitalar, são muito menores. E isso diminui os custos dos planos de saúde também – explicou.

E quando chega para a academia, encaminhada pelo próprio médico, a pessoa passa por uma avaliação minuciosa para avaliar quais fatores de risco ela tem além da doença cardiovascular. Após vários testes, entre eles o ergométrico, o paciente é classificado como de baixo, médio ou alto risco. Ele vai ter sua condição monitorada pelo personal através de modernos aparelhos durante toda a sua sessão individualizada de exercícios, que também é acompanhada pelo médico por aplicativo. E esta é a principal diferença da academia que  possui reabilitação cardíaca.

Paciente passa por uma série de exames com o doutor Mauro dos Santos antes de iniciar os exercícios que são todos monitorados 

– A principal diferença é a presença da equipe multidisciplinar. A gente trabalha em conjunto, o médico, o professor de educação física. Aqui o cuidado é muito maior. Medimos a pressão do paciente antes do início do exercício, monitoramos e trocamos informação com o médico online. É um trabalho que requer um cuidado maior. O grande diferencial é o trabalho em equipe e a presença do médico, mesmo que sendo online, que está sempre dando atenção ao paciente e tomando conta se ele tomou remédio, entre outras coisas – disse Roger, ressaltando que a academis tem à disposição um convênio com um sistema de ambulância para remoção do paciente para o hospital em caso de necessidade.

Na academia que possui reabilitação são atendidas pessoas de todas as faixas etárias, embora a grande maioria tenha idade mais avançada.

Médicos e treinadores trabalham em conjunto na reabilitação cardíaca 

– Hoje a doença cardiovascular está acometendo pacientes com idade cada vez menor. Temos pacientes de 40 anos que já sofreram eventos cardíacos, temos pessoas com problemas genéticos. É a questão do estresse da vida urbana, má alimentação, isso tudo faz com que a doença cardíaca ocorra em fases mais precoces – observou o médico.

Geralmente o paciente vai à academia duas ou três vezes por semana. As sessões de treinamento duram em torno de uma hora. Nela, são executados exercícios aeróbicos, como bicicleta e esteira, exercícios de força, fortalecimento muscular, equilíbrio, importantes para melhorar até mesmo as atividades do dia a dia.

– Quando o indivíduo faz exercícios, vêm outras coisas a reboque, como a melhora do condicionamento, equilíbrio, glicemia, perda de peso, força. Tudo isso faz com que melhore a qualidade de vida dele. O organismo é um conjunto de sistemas que conversam entre si para que tudo funcione de forma adequada. Não é só com o coração que a gente trabalha. Uma sessão de exercício libera uma série de substâncias que vai atuar no coração, nos vasos, no cérebro, de forma global.

Paciente número 1, Dona Maria tema pressão verificada durante o treino na esteira 

Paciente número 1 da academia, Maria Freitas, de 65 anos, é prova viva dos benefícios do programa que ela chama de “restauração cardíaca”. Com dois stents e muita alegria no coração, conta que os exercícios atuam como combustível para os seus dias e destaca a importância de se sentir segura em um ambiente monitorado por especialistas durante as atividades.

Objetivo da reabilitação cardíaca é dar uma vida normal ao paciente após um evento do coração 

E é para que outras pessoas como Maria deixem o evento cardíaco no passado e passem a ter uma vida normal, saudável e de qualidade que os exercícios de reabilitação são tão importantes. No entanto, a grande maioria ainda não tem acesso ao tratamento, que é feito em poucos lugares pelo país. Em 2017, havia apenas um centro do tipo para cada 2 milhões de pessoas na América Latina. Por isso, os Estados Unidos querem aumentar de 20 para 70% o número de pacientes encaminhados para a reabilitação cardíaca. O objetivo é simples e claro. Acredita-se que assim, 180 mil internações poderiam ser evitadas.

Já teve algum problema de coração? Conhece alguém que teve? Começar a se mexer é o melhor remédio.

Acredita-se que 180 mil internações poderiam ser evitadas com a reabilitação cardíaca 

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